O último mês de 2024 fecha um ano de dificuldade para o mercado acionário brasileiro. O Ibovespa, principal índice da B3, variou -4,28% em dezembro, acumulando -10,36% no ano. É o pior desempenho desde 2021, quando chegou a quase -12%.
Dentre os motivos que podem explicar a forte queda, temos a inflação global, a guerra na Ucrânia, as incertezas sobre a economia chinesa, além da taxa de juros nos Estados Unidos, que se manteve alta para os padrões do país, tornando-o atrativo para investidores estrangeiros.
No ambiente interno, o desequilíbrio fiscal é apontado como um dos principais fatores do clima de desconfiança gerado especialmente no segundo semestre. As medidas de ajuste preparadas e anunciadas pelo governo não foram consideradas suficientes pelo mercado financeiro. As incertezas permaneceram e acabaram contribuindo com a saída de capital, e ainda com a desvalorização do real frente à moeda norte-americana. O dólar, que encerrou dezembro a R$ 6,18, variou 27,34% no ano, uma verdadeira disparada. E com margem para subir mais.
Ainda no cenário nacional, tivemos uma elevação da taxa Selic para um patamar além do previsto no início do ano, quando analistas projetavam juros por volta de 9% para o fim do exercício. A taxa fechou 2024 em 12,25%, com possibilidade de atingir 15% no primeiro semestre de 2025, de acordo com o boletim Focus desta semana.
A Selic em alta é resultado de uma inflação que persistiu. A prévia do resultado de dezembro, que foi de 0,34% (IPCA-15), coloca o acumulado de 2024 em 4,71%, resultado acima do teto da meta do governo.
Foi com base nessa Selic que os pós-fixados apresentaram uma das melhores performances no segmento de renda fixa. Em dezembro, estes papéis renderam 0,81% (IMA-S), e no ano eles ficaram com 11,06% de acumulado.
Já entre os títulos indexados à inflação, o destaque foi para os de vencimento em até cinco anos (IMA-B 5). No mês, não variaram bem: -0,33%. Mas somaram 6,10% em 2024. Os de longo prazo (IMA-B 5+), por outro lado, tiveram perdas em dezembro, -4,43%, e no acumulado do ano, -8,68%. Quanto à cesta de títulos públicos medida pelo IMA-Geral, os resultados foram de -0,64% no mês, e 5,05% no período de 12 meses.
Desempenho dos perfis de investimento
Os perfis de investimentos mais agressivos foram afetados pelo baixo desempenho da Bolsa e dos papéis indexados à inflação. Quanto ao conservador, variou de forma próxima ao CDI, índice que lhe serve de referência e que acompanha a variação da taxa de juros Selic. Para conferir os resultados de cada perfil, clique abaixo sobre o plano que deseja consultar.
Rentabilidade dos perfis Votorantim Prev
Rentabilidade dos perfis VCNE
De olho no seu grau de risco
O cenário atual ainda é de indefinição e instabilidade no âmbito econômico-financeiro, em especial nos investimentos mais arriscados. Isso aumenta a importância de você priorizar as decisões baseadas em seu perfil pessoal, sem mudanças intempestivas motivadas por resultados de curto prazo.
Considere também o período de formação de poupança no plano. Quanto maior ele for, maior a chance de recuperação de perdas pontuais. De modo contrário, uma aposentadoria que esteja muito próxima requer mais atenção e cuidado com estratégias agressivas, exatamente em virtude do tempo curto para se recuperar de resultados negativos.
Lembre-se de que neste site há informações sobre os perfis de investimento (aqui), e um simulador que pode te ajudar (aqui).